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Entrevista à revista “La Lampiro"

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No mês passado, um universitário da cidade de Salto, São Paulo, escreveu para a associação pedindo a revisão da versão em Esperanto de seu trabalho final do curso de Direito sobre o Esperanto. Com argumentos pertinentes, coerentes com pelo menos dois documentos de prestígio, a saber, a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Constituição Federal do Brasil, ele demonstra como uma língua artificial como o Esperanto é uma ferramenta adequada para defensores da igualdade e da justiça social. Esse contato foi realmente uma surpresa agradável, ainda mais porque ele aceitou o convite para ser entrevistado, permitindo que você também o conheça um pouco. Quem é André Marinho? Tenho 36 anos, sou jornalista e estou concluindo o penúltimo ano da faculdade de Direito. Quando e como você conheceu o Esperanto? Sempre ouvi falar do Esperanto, mas nunca havia me aprofundado no assunto. Durante a pandemia, enquanto estudava espanhol, o Esperanto me veio à mente. Movido pela curiosidade, decidi pes

Debochada

     Debochada é o nome que ela escolheu para si, como quem se veste com a pele de um personagem - uma escolha entre o real e o inventado, entre o riso alto e a melancolia escondida. Seu sorriso abre espaço no rosto como um clarão inesperado, sua risada, rasgada e alta, parece rasgar o céu, trovejar nas alturas, uma lembrança de Malévola, talvez, uma faísca de ironia na boca da noite. No trabalho, veste a roupa branca e calça o silêncio das instituições tradicionais da saúde. Mas Debochada? Debochada se esconde debaixo daquelas roupas, à espera do fim do expediente, à espera do momento de poder se encontrar.      Ela adora músicas. Sua vida é uma trilha sonora pulsante. A cada canção, encontra um pedaço de si espalhado. Compartilha, sem pedir permissão, aqueles acordes que bradam como eco dentro de seu peito. O que ela não diz com palavras, as músicas gritam. Como se soubessem que há algo, lá dentro, que ainda não aprendeu a falar, que ainda não encontrou forma de existir fora dela.   

O poeta das montanhas

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Inquirim Nas alturas onde o vento sopra livre, O poeta encontra sua alma no horizonte, Entre picos e vales, sua voz vive, A natureza é sua canção, seu constante. Cada pedra conta um verso guardado, Cada nuvem carrega um sonho distante, E o eco, suave, por entre os rochedos, Repete segredos que ele deixa errante. Os rios cantam hinos de liberdade, As árvores balançam em sua melodia, Nas montanhas, ele não busca verdade, Mas o silêncio que o inspira dia a dia. Seus olhos veem mais que o céu e a terra, Veem o tempo em forma de eternidade, Pois o poeta das montanhas nunca erra, Seu coração é feito de intensidade. Voçoroca Subi montanhas em busca de sentido, Mas os ventos me falaram do vazio, Entre sonhos desfeitos e caminhos partidos, Senti o frio da vida, o peso sombrio. As pedras que pisava, firme outrora, Agora cortam meus pés, antes seguros, E os versos que um dia ecoaram sem demora, Hoje se perdem em silêncios obscuros. A cada passo, o horizonte recua, O que parecia perto se faz dista

Ao que tudo indica

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Ao que tudo indica, algo mudou, Desde que você chegou por aqui, O coração, que antes descansou, Agora dispara só de te ouvir. Ao que tudo indica, eu estou perdido, Porque cada gesto seu é um golpe, E mesmo sem ter nada prometido, Me vejo preso à minha própria sorte. Ao que tudo indica, sou um tolo, Tentando fingir que é só impressão, Mas é só você me olhar de novo Que perco o controle da situação. Ao que tudo indica, já não há volta, Estou nas tuas mãos, sem perceber, E embora minha mente se revolta, Meu coração só quer te pertencer. Ao que tudo indica, isso é amor, Pois suas palavras têm outra cor, E tudo que antes tinha sabor, Agora só faz sentido com seu calor. Ao que tudo indica, eu desisti De tentar encontrar explicação, Porque ao teu lado, descobri Que amor não cabe na razão. Me entrego, sem reservas, sem medo, É claro, está dito e está feito. Nem faço mais questão de ser discreto, Ao que tudo indica, eu já te amo por completo.

O começo do fim

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O sol brilha com uma intensidade estranha, ensangüentado como uma lâmina afiada que corta o horizonte. A fumaça pinta o céu em tons acinzentados, e as nuvens, antes algodoadas, se foram, substituídas por uma cortina nefasta que se espalha assustadoramente pelo ar. Elas, que antes traziam promessas de chuva, agora se movem como fantasmas fugidios, carregando um peso que nem a água sabe mais aliviar. O vento, que outrora sussurrava histórias do oceano, tornou-se uma lufada rude, seca, carregando consigo o perfume amargo de terras rachadas, de florestas que já não respiram. As árvores, outrora orgulhosas e imponentes, agora se inclinam cansadas, como velhos que perderam as forças. Seus galhos ressecados estendem-se como mãos suplicantes ao céu, pedindo chuva, pedindo alívio, mas só encontram cinzas. O verde parece um devaneio distante. Onde os rios antes corriam livres, a terra agora geme, sedenta por gotas que talvez nunca mais venham. Nós? Nós continuamos a caminhar, pisando em estradas

Ignorados e ignorantes

Neste tabuleiro de xadrez social, encontramos peças tão distintas quanto desconexas: os ignorados e os ignorantes. Os primeiros, desprivilegiados, desamparados e freqüentemente negligenciados, vagueiam pelas sombras da nossa sociedade, esperando por um olhar de reconhecimento que raramente chega. Os últimos, blindados pela própria insensibilidade, trancam as portas da percepção para qualquer coisa que ameace sua confortável visão de mundo. Os ignorados carregam consigo as cicatrizes das batalhas diárias contra a invisibilidade social. São as crianças que o sistema educacional falha em alcançar; os trabalhadores que sustentam pilares invisíveis da economia sem o mínimo reconhecimento; as minorias étnicas e raciais que enfrentam discriminação contínua e suas histórias desvalorizadas; as pessoas em situação de rua que são geralmente vistas como incômodo, não como indivíduos necessitados de apoio; moradores de favelas e comunidades de baixa renda que lutam contra expectativas limitadas e e

Sobrevivente

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Já fui bonito. Não me refiro apenas ao reflexo no espelho, mas ao jeito que eu encarava o mundo, com olhos brilhantes e coração leve. Já fui confiante, acreditava que o caminho à frente era sempre claro, que as respostas estavam ao alcance de uma busca sincera. Já fui guerreiro, acreditando que era necessário lutar por tudo, até pela razão. Hoje, aprendi que a paz é uma batalha que se vence com o silêncio. Já fui alguém que tinha certeza de tudo; agora sou alguém que acolhe a dúvida como companheira constante. Já fui sonhador e idealista, criando castelos de ideias, acreditando que todos os objetivos, uma vez estabelecidos, eram suficientes para me definir. Agora, entendo que o valor da vida não está nas metas alcançadas, mas no percurso trilhado, nos tropeços e nas surpresas. Já fui herói da minha própria história, e também o vilão, em diferentes capítulos. Já me vesti de verdades absolutas, que depois troquei por dúvidas inquietantes. Sobrevivi a mim mesmo, aos meus ideais surreais,

Eles nos venceram, nós voamos

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Nas primeiras luzes do alvorecer, quando o céu ainda é um campo de possibilidades, eles nos venceram. As sombras, frias e imponentes, ergueram-se altas, sufocando nossos sonhos com um manto de medo e incerteza. Foram dias longos, intermináveis, em que a esperança se escondia nas fendas mais profundas da alma, hesitante em emergir. Cada batalha travada parecia roubar um pouco mais de nosso vigor, deixando-nos exaustos, cabisbaixos, à mercê de um destino que insistia em nos fazer tropeçar. As palavras se tornaram pesadas, como correntes, e os sorrisos se desvaneceram, tornando-se memórias distantes, quase inalcançáveis. Mas, então, num instante de lucidez, percebemos algo extraordinário. Não eram eles que nos venciam; era a própria vida, com seus desafios intransponíveis e suas lições amargas, que nos ensinava a verdadeira essência da resiliência. Cada queda nos fortalecia, cada lágrima nos purificava, cada desilusão nos aproximava da verdade inabalável de nossa própria força. E foi assi

Sobre os títulos de crédito

 Os títulos de crédito são instrumentos jurídicos que representam direitos de natureza pecuniária, conferindo ao seu titular a legitimidade para exigir o cumprimento de uma obrigação de pagamento. Estes instrumentos assumem um papel fundamental na dinâmica das relações comerciais, facilitando a circulação de riqueza e a concretização de negócios. Conceito, atributos, princípios e classificação Conforme define Cesare Vivante , um título de crédito "é um documento necessário para o exercício do direito, literal e autônomo, nele mencionado". Em outras palavras, o título de crédito é um documento que incorpora um direito de natureza pecuniária, e que pode ser exercido pelo seu titular de forma autônoma, isto é, independentemente das relações jurídicas que eventualmente tenham lhe dado origem. Quanto aos atributos, os títulos de crédito apresentam duas características principais: Negociabilidade:  possibilidade de negociação facilitada do crédito decorrente de uma obrigação aprese

Ampulheta

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Quantos álbuns ainda há pra ouvir? Quantos livros ainda há para ler? Quantas dores ainda há pra sentir? Quantos amores ainda vão me prender? Quantos filmes ainda há pra assistir? Quantos lugares ainda há pra conhecer? Quanto sono ainda há pra dormir? Quantas refeições ainda terei que comer? Quantas metas ainda há pra cumprir? Quanto dinheiro ainda terei que ganhar? Quanta força ainda há pra resistir? Quanto fôlego ainda terei que tomar? Quantas teorias ainda há para entender? Quantos assuntos para estudar? Quantas coisas me restam fazer? Quantos defeitos ainda terei que ocultar? Quanta alegria ainda há pra sorrir? Quantas promessas pra deixar no ar? Quanto choro ainda há pra engolir? Quantas memórias ainda há pra criar? Meus sonhos há muito tempo são os mesmos Mas já não há muito tempo pra sonhar.

Deslumbre

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Eu perdi minha juventude, fiz tudo que pude. Às vezes, espero que mude, às vezes, isso só me ilude. Eu perdi minha jovialidade, perdi a força de vontade. Às vezes culpo a idade, às vezes, isso não é verdade. Eu perdi a minha beleza, esqueci o que tinha certeza, não vejo mais com clareza, não sinto mais a leveza. Eu me fiz de louco, escapei por pouco, quis dar o troco, senti o gosto do desgosto. Mas o que não mata, fortalece. O que não sacia, apetece. Quem bate, esquece. E o silêncio também é uma prece. Agora, já não te enxergo mais. Cansei de olhar pra trás, cansei de tentar ser capaz. Simplesmente, deixe-me em paz!

Mutabilidade do regime de bens no casamento

     A mutabilidade do regime de bens durante o casamento é um tema relevante no Direito de Família brasileiro , gerando discussões e análises quanto à sua possibilidade e às condições necessárias para que essa mudança ocorra. Fundamentos legais e doutrinários      A legislação brasileira prevê a possibilidade de alteração do regime de bens após a celebração do casamento, conforme disposto no Código Civil de 2.002. O artigo 1.639, § 2º , permite essa alteração, desde que haja autorização judicial e sejam respeitados os interesses dos cônjuges e de terceiros: "É admissível a alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência de razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros."      Carlos Roberto Gonçalves , em sua obra "Direito Civil - Família e Sucessões", destaca que essa norma tem o objetivo de flexibilizar a rigidez anteriormente existente no Código Civil de 1.916, que não permitia a

Enquantos

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Enquanto todos buscam seguidores, eu só busco seguir minha consciência.  Enquanto todos querem ser influenciadores, eu só quero influenciar minhas dores. Enquanto se sacrificam pela perfeição da aparência, eu preservo a imperfeição da essência. Enquanto fazem o impossível para ter, eu faço o possível para ser. E sigo sendo... Quem eu sou, o que sou e como sou. Independente de tudo, indiferente a todos. Ontem, hoje, amanhã e sempre.

Palavras cafeinadas

O sol matinal banhava a chácara com uma luz que a pintava de tons dourados e suaves. As cortinas brancas estavam semiabertas até a metade, permitindo que os primeiros raios solares entrassem dançando no quarto. O cômodo estava preenchido com o inebriante aroma do café recém-preparado, misturando-se irresistivelmente ao odor de feromônios que pairava no ar. Sentados lado a lado, os amantes entrelaçavam suas pernas entre os lençóis bagunçados da noite anterior. Os blocos de papel à frente deles, esperavam pacientemente para serem preenchidos com as palavras que descreveriam sua paixão ardente. Canetas nas mãos, eles se olhavam e sorriam alternadamente relembrando os momentos enquanto transfiguravam as memórias e sensações recentes em letras no papel, perdendo-se em seus brilhos e nas lembranças dos instantes partilhados. Cada arrepio, cada gota de suor, cada gemido e cada suspiro eram cuidadosamente convertidos em palavras escritas. O café fumegante aquecia suas bocas enquanto eles escre

Conchinha

Essa é a melhor hora do dia Esse é o momento que eu mais queria Agarradinho com meu amor, de conchinha Numa cama quentinha O mundo pode acabar Eu não ligo O tempo pode parar Eu prefiro As horas não precisam passar O sol não carece raiar O alarme não ouse soar Rendam-se todos à simplicidade do amar

Entre magias e orgias

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     Era uma noite de lua cheia quando os caminhos do semideus e da bruxa se cruzaram. Encontraram-se numa clareira encantada, onde a energia da natureza pulsava intensamente.      Ele, com seus olhos ardentes como um bom vinho bordô seco, emanava um magnetismo irresistível, e seu sorriso malicioso carregava uma promessa de êxtase e prazer; enquanto ela, com sua pele alva quão brilho lunar, possuía uma beleza misteriosa e selvagem, e seus longos cabelos pretos como a meia-noite se espalhavam como galhos noturnos, .      A bruxa era uma fervorosa admiradora de Lilith, a poderosa deusa da noite e da sexualidade. Ela possuía um conhecimento intrínseco das ervas, se conectava profundamente com a natureza, encontrando sua magia nas folhas das árvores, nas flores que desabrochavam e no fluxo dos rios. Sua independência e devoção à sua própria vontade eram tão fortes quanto à essência da deusa venerada.      O semideus, por sua vez, assemelhava-se a Dionísio, deus do vinho, do prazer e dos ba

Par perdido

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Onde estará você, minha bonança, Na imensidão deste mundo, perdido, sem esperança? Procuro por ti, amor, em cada praia e enseada, Confiante em encontrar-te e viver nossa jornada. Nossos passos descalços, lado a lado na areia, Com a brisa do mar sussurrando o que o nosso coração anseia, Com a alegria e a leveza da vida a nos abraçar, Na união dos nossos pés, como uma dança a se performar. Onde estará você, meu elo indivisível? Será que nosso encontro está destinado aos traços do imprevisível? Busco pelos rastros que me guiam em sua direção, Ao rumo do amor, à nossa conexão. Na cadência das ondas, ecoa a nossa melodia, Unindo duas almas em perfeita sintonia. O sol que brilha intensamente é testemunha do nosso encanto, E em cada passo dado, construímos um novo recanto. Onde estará você, minha metade perdida? Quero entrelaçar-te em meus braços, num abraço de vida, Para juntos trilharmos nossos caminhos, De mãos dadas e pés compassados, sem temores, como eternos vizinhos. Por entre praias d

Por que eu escrevo?

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“- Por que você escreve?” Eis sua pergunta. Tuas indagações sempre exigem uma reflexão profunda, Queres desnudar os mistérios que  minh'alma  fecunda. Lamento dizer-te que meus motivos não são tão astutos. Escrevo para dar voz a sentimentos ocultos, Para fluir palavras como rios, em melodias de resultados incultos. Escrevo para pintar quadros com letras, Revelando paisagens internas, as mais secretas, as mais estreitas. As palavras são pincéis que traçam emoções, Transformando o vazio em exóticas criações. Escrevo para tocar a mente, Despertar a reflexão, a ideia latente. As letras dançam em prosa, rimas e versos, Atravessam barreiras, conectam universos. Escrevo para celebrar a liberdade, cessar a vontade, Liberar pensamentos, romper a obscuridade. As palavras dão asas que voam além do tempo, Elevam o espírito, libertam do tormento. Escrevo para eternizar memórias passageiras, Guardar lembranças, preservar besteiras. As linhas se entrelaçam, formando um legado, Um tesouro de palav

À vida

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Querida vida, Escrevo-te esta carta para expressar os sentimentos que habitam em meu coração há tanto tempo. Olhando para trás, percebo que tivemos uma relação complexa e muitas vezes tumultuada. No entanto, quero deixar claro que, apesar das dores e das adversidades que me impuseste, eu escolho perdoá-la. Não foi fácil, claro. Algumas feridas demoraram muito tempo para cicatrizar, e outras ainda estão em processo. Mas eu aprendi que o perdão não é um ato único, é um processo contínuo. É uma escolha que precisamos fazer todos os dias, de deixar para trás aquilo que não podemos mudar e seguir em frente. Acredito que você e eu nos encontramos numa encruzilhada da existência, e nossa união foi permeada por uma série de desafios. Houve momentos em que me vi afogando em meio às tempestades que tu me lançaste. Os teus golpes pareciam implacáveis, e muitas vezes me perguntei por que tu eras tão dura comigo. Enfrentei dores profundas, decepções avassaladoras e lutas incansáveis. Chorei lágrima

A vida

O nascer, o chorar, o acalentar O crescer, o engatinhar, o andar A queda, o susto, o levantar A vida O ouvir, o aprender, o falar O querer, o pedir, o implorar Não saber, não poder, não tocar A vida O sair, o curtir, o voltar Cochilar, dormir, despertar Ficar, partir, viajar A vida Desejar, se apaixonar, se entregar Lutar, desistir, persistir Buscar a felicidade, se permitir A vida O amar, o sofrer, o perdoar O abraçar, o beijar, o afagar Juntar, separar, reencontrar A vida O competir, o vencer, o perder O sorrir, o chorar, o esquecer O lembrar, o seguir, o ser A vida A batalha, a conquista, o recomeço A caminhada, a corrida, o tropeço Acalmo, emociono, enfureço A vida Procurar, explorar, desbravar Cultivar, sonhar, realizar Aproveitar, fracassar, não parar A vida Quando se aproximar do último suspiro Que ainda haja motivo pro riso Quando se sentir sozinho Recordar todo o caminho Quando não houver o que fazer Olhar pra trás sem se arrepender Quando chegar a inevitável despedida E ainda