Flores Raras: um filme sobre amor e perda
Flores Raras não é somente um filme sobre o relacionamento homossexual entre duas mulheres na década de 50, é uma história sobre perda. Assim Bruno Barreto, diretor do filme, define o longa, que conta a história de romance entre uma paisagista bem resolvida do Rio de Janeiro com a poetisa norte-americana Elizabeth Bishop.
Flores Raras e banalíssimas – A história de Lota M. Soares e Elizabeth Bishop é um romance de Carmem L. Oliveira, adaptado ao cinema que chega às telonas em Agosto. Bruno recebeu das mãos da mãe Lucy Barreto um grande presente, o direito da obra, porém não deu muita atenção de início. Após longa pesquisa e aproximadamente duas décadas, o filme saiu dos papeis e deixou de ser apenas um projeto nas mãos de um cineasta.
A trama traz conflitos vividos entre Lota, uma mulher determinada e com uma carreira de sucesso que hospeda Elizabeth em sua casa. A hóspede é brilhante, ganhadora do prêmio Pulitzer, mas com diversos problemas de depressão e bebida. Duas mulheres célebres, famosas, entretanto com características tão distintas, embarcam em um relacionamento intenso, repleto de desafios. Ambas precisam aprender a lidar com a perda, foco principal do enredo, e encontram nas descobertas pessoais o caminho para a resolução da maioria dos desencontros da vida. Nos papeis de Lota e Elizabeth estão as atrizes Glória Pires e Miranda Otto, respectivamente, conhecidas por excelentes interpretações em outras obras. Glória foi escalada para representar a paisagista há 17 anos, quando o filme era somente um anseio do jovem cineasta, Bruno.
Foram dois os motivos na demora em iniciar as filmagens. Um deles era o patrocínio, a maioria das empresas consideradas “conservadoras” não queria seu nome atrelado a um filme que contasse a história de um relacionamento homossexual. A segunda razão: a verba, sem patrocinador e com pouco dinheiro, filmar um longa de década custava muito, pois teriam de transformar o Rio de Janeiro de 90 no Rio dos anos 50.
Finalmente, um grande banco brasileiro aceitou a proposta e custeou a superprodução, com todos os mínimos detalhes, roupa, filmagens aéreas, tudo para transmitir aquele ar cinquentinha aos telespectadores. As filmagens foram concluídas há aproximadamente um ano e meio atrás, atualmente, com o assunto “homossexualidade” em cheque nas manifestações, seria mais fácil uma empresa de grande porte tentar se envolver no projeto. O que não aconteceu há muito tempo quando Bruno tentou patrocínio. Além disso, o momento é propício, quanto mais pessoas lutam por seus direitos, maior é a ajuda de mídias que foquem no verdadeiro relacionamento, na realidade por trás de diversos tabus de uma sociedade com características discriminativas.
O filme não é uma cine-biografia totalmente fiel à vida e obra das pessoas em questão, assim como a maioria das biografias, Bruno Barreto deu asas à livre interpretação. Procura trazer a maior verossimilhança possível dentro dos fatos, tanto nas conversas quanto nos trejeitos. As atrizes são ótimas e trazem sentimentos verdadeiros aos papeis, transbordando uma sinceridade impecável. Uma das coisas que mais chama a atenção é a parte visual, com a ajuda de computação gráfica, um Rio de Janeiro boêmio e em constante crescimento, torna tudo ainda mais irresistível.
Flores Raras é uma história de amor, paixão e a complexidade em assumir um relacionamento homossexual, mesmo sendo um romance vivido nos anos de 1950, a história é extremamente atual.
A trama traz conflitos vividos entre Lota, uma mulher determinada e com uma carreira de sucesso que hospeda Elizabeth em sua casa. A hóspede é brilhante, ganhadora do prêmio Pulitzer, mas com diversos problemas de depressão e bebida. Duas mulheres célebres, famosas, entretanto com características tão distintas, embarcam em um relacionamento intenso, repleto de desafios. Ambas precisam aprender a lidar com a perda, foco principal do enredo, e encontram nas descobertas pessoais o caminho para a resolução da maioria dos desencontros da vida. Nos papeis de Lota e Elizabeth estão as atrizes Glória Pires e Miranda Otto, respectivamente, conhecidas por excelentes interpretações em outras obras. Glória foi escalada para representar a paisagista há 17 anos, quando o filme era somente um anseio do jovem cineasta, Bruno.
Foram dois os motivos na demora em iniciar as filmagens. Um deles era o patrocínio, a maioria das empresas consideradas “conservadoras” não queria seu nome atrelado a um filme que contasse a história de um relacionamento homossexual. A segunda razão: a verba, sem patrocinador e com pouco dinheiro, filmar um longa de década custava muito, pois teriam de transformar o Rio de Janeiro de 90 no Rio dos anos 50.
Finalmente, um grande banco brasileiro aceitou a proposta e custeou a superprodução, com todos os mínimos detalhes, roupa, filmagens aéreas, tudo para transmitir aquele ar cinquentinha aos telespectadores. As filmagens foram concluídas há aproximadamente um ano e meio atrás, atualmente, com o assunto “homossexualidade” em cheque nas manifestações, seria mais fácil uma empresa de grande porte tentar se envolver no projeto. O que não aconteceu há muito tempo quando Bruno tentou patrocínio. Além disso, o momento é propício, quanto mais pessoas lutam por seus direitos, maior é a ajuda de mídias que foquem no verdadeiro relacionamento, na realidade por trás de diversos tabus de uma sociedade com características discriminativas.
O filme não é uma cine-biografia totalmente fiel à vida e obra das pessoas em questão, assim como a maioria das biografias, Bruno Barreto deu asas à livre interpretação. Procura trazer a maior verossimilhança possível dentro dos fatos, tanto nas conversas quanto nos trejeitos. As atrizes são ótimas e trazem sentimentos verdadeiros aos papeis, transbordando uma sinceridade impecável. Uma das coisas que mais chama a atenção é a parte visual, com a ajuda de computação gráfica, um Rio de Janeiro boêmio e em constante crescimento, torna tudo ainda mais irresistível.
Flores Raras é uma história de amor, paixão e a complexidade em assumir um relacionamento homossexual, mesmo sendo um romance vivido nos anos de 1950, a história é extremamente atual.
Sobre a Autora:
Ana Carolina é jornalista, curiosa, viciada em séries e música. Com amor declarado por futebol, filmes e livros; e paixão aficionada nos clichês da vida.
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