Enquanto houver vida, haverá esperança
Recentemente assisti ao
filme “A Teoria de Tudo”, longa-metragem que conta um pouco da
história do renomado cosmólogo Inglês Dr. Stephen Hawking – passando desde a descoberta de sua doença aos 21
anos, pelo desenvolvimento da teoria dos buracos negros no universo
e focando principalmente no relacionamento com sua primeira esposa, a doutora em artes Jane Wilde; já que o filme é
baseado no livro de memórias escrito por ela.
Porém, meu intuito
aqui não será comentar sobre o filme em si ou lançar spoilers.
Stephen
é portador da Esclerose Lateral Amiotrófica – também conhecida
como Doença do Neurônio Motor. Uma disfunção genética que
paralisa gradativamente todos os músculos do corpo, impedindo
qualquer tipo de movimento voluntário. Atualmente, ele é apenas
capaz de movimentar os olhos e um minúsculo músculo da bochecha, o
qual é utilizado para controlar o sintetizador eletrônico de voz,
responsável por interpretar seus movimentos e converter em fala.
Depois de ver a versão cinematográfica de sua história, o meu fascínio por
pessoas que vivem regidos por um forte senso de propósito simplesmente aumentou. Sou fascinado por pessoas
que têm a convicção de que não estão aqui por acaso. Que
acreditam fielmente de que todos estamos no mundo para dar nossa
contribuição. E tenho certeza que os indivíduos que têm a consciência desse senso,
que encontram seu propósito e permanecem firmes nele são exatamente
os que proporcionam as maiores e mais significativas contribuições
à humanidade.
É o senso de propósito
que leva pessoas em situações extremas e irreversíveis como a de
Hawking a continuarem produtivas. Foi o
senso de propósito que fez Mandela agüentar mais de 20 anos na
prisão. Foi o senso de propósito que levou Martin Luther King Jr. e Zumbi dos Palmares a mudar a história da discriminação racial
entre os negros. Que impulsionou Steve Jobs
a criar e revolucionar indústrias. E este mesmo senso de
propósito motivou Jesus Cristo a aceitar o calvário da cruz.
Num
mundo dominado pelo capitalismo onde frequentemente vemos grandes
corporações, mas
enxergarmos raramente grandes indivíduos. Onde os valores em cifrão
se sobressaem aos valores humanos. Termos o privilégio de presenciar
exemplos vivos como o de Stephen Hawking são como um '‘sopro de fé” em
nossos pulmões que nos permite continuar acreditando no melhor do ser
humano, pois como ele mesmo próprio proferiu em um de seus mais
memoráveis
discursos: “enquanto houver vida, haverá esperança”.