Nordestinês
Nordestino não é rico; ele é estribado.
Nordestino não é competente; ele é desenrolado.
Nordestino não acha uma coisa ruim; ele acha paia/peba/fulêra. E se for péssima, é paia/peba/fulêra demais.
Nordestino não faz uma coisa com determinação; ele bota pra descer.
Nordestino não vai embora; ele pega o beco, capa o gato.
Nordestino não é pegador; ele é raparigueiro.
Nordestino não é vacilão; ele é tabacudo.
Nordestino não é corajoso; ele é arrochado.
Nordestino não sente medo; ele bate pino.
Nordestino não é convencido; ele é pabuloso.
Nordestino não é teimoso; ele é maluvido.
Nordestino não tem pressa; ele passa desembestado.
Nordestino não é feio; ele é o cão chupando manga. E se for bonito ele é um filezim – essa é das antigas! Ou melhor, antiga não, ela é do tempo do ronconcoim.
Para o Nordestino, uma coisa não explode; ela dá um pipôco! E se uma coisa for muito boa, ela é o pipôco do trovão!
Nordestina não é puta; ela é quenga.
Nordestino não é apressado; ele é afoito.
Nordestino não é tímido; ele é incabulado.
Nordestino não fica com a autoestima alta; ele fica chei de perna.
Nordestino não vai morar junto; ele se amançeba. E se morar junto e não casar, eles são amançebados. E se forem muito apaixonados e não se desgrudarem, então é um amançebo da bixiga.
Nordestino não dá a volta; ele arrudêa.
Nordestino não se decepciona e nem fica decepcionado; ele tem um desengano e fica desenganado.
Nordestino não se cansa; ele fica só o pito.
E se falar mal de Nordestino meu fi, aí o coco é seco e o cancão pia! Porque nordestino é madeira de dar em doido. E temos um orgulho da mulesta de ser quem somos, pois ser nordestino é só o mi da pipoca!
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