Alegria
Estou de volta, sem revolta, à porta
Envolto em seus braços
Me desfaço dos percalços
Seu sorriso encantador
Seu olhar acolhedor
O peito explodindo de amor
Não tardo a me entregar
Não há por que negar
Todo o afeto que tens pra dar
Suas palavras me convidam
Seus lábios me provocam
Exponho o que me acalma
Aquieto a minha alma
És mulher de contradições
De razões e emoções
De silêncios e sermões
De Clarice e Camões
És plena e pequena
Sensível e serena
Com dó e sem pena
Solução e problema
De respiração ofegante
Carisma contagiante
Jeito apaixonante
E toque inebriante
Nesse momento sem preço
Dos problemas me esqueço
Não questiono se mereço
Simplesmente reconheço
O mundo já não interessa
Do tempo, exijo que não tenha pressa
Que não ouse passar
Que impeça o fim de chegar
Saboreando dessa paz
Que não havia provado jamais
Sinto-me o mais tolo dos mortais
Em devaneios de rimas banais
Imagino o futuro
Observo o escuro
Longe do barulho
Onde fico mais seguro
Tentando evitar o que já sabia
A partida que alguma hora viria
Transformando o banho quente num balde de água fria
Pensando no “Tchau!” até o próximo “Bom dia!”
Querendo o que sempre queria
Ansiando como seria
Indagando quando sentiria
Novamente a histeria
Dessa imensurável alegria!
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