Prisão

Uma mão sobre a parte interna do vidro da janela fechada de um carro. Ao fundo, árvores se sobrepõem ao céu azul vespertino. A composição da fotografia simboliza um motorista sentindo-se um prisioneiro almejando a liberdade.
Estou preso!

Como vim parar aqui? Como saio daqui? Como me permiti?

Logo eu, que sonhava tanto em voar, hoje me pego desejando meramente um lugar pra aterrissar.

Sem rota de fuga, corroído pela culpa, isolado e condenado. Com sentença transitada em julgado, sem direito a recurso.

Não tenho a vida que sonhei, muito menos a que pedi a Deus, nem tampouco a que mereço. Mas que tolice a minha, acreditar um dia que nesse mundo tens aquilo que mereces. Tolo!

Tento esquecer o passado e olhar adiante, mas não há mais tempo!

Tempo, seu maldito!

Passaste tão depressa diante dos meus olhos e nem notei. Tardiamente percebi quão implacável e intolerante és com a indiferença alheia. Carente de atenção como nenhum outro!

Sonhos ofuscados por pesadelos. Tantos! Nem mesmo o inconsciente concede-me o privilégio de escapar da realidade. "Mas nada como um dia após o outro", é o que dizem. Porém, no abrir dos olhos, todos os dias são na verdade o mesmo dia.

Paciência e condescendência são os meus crimes inafiançáveis. Aceitar o inaceitável é a minha pena. Viver na esperança de haver esperança é o maior dos meus fardos!

O que eu fiz?



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